Livro: O Gênio Céltico e o Mundo Invisível
Autor: Léon Denis
(Tours, 25 de julho de 1926)
O raio céltico do qual vos falei conservou-se através dos tempos na vossa consciência francesa, sob a forma de amor ao solo. Os druidas possuía, em alto grau, esta radiação que fazia deles pólos magnéticos que, por refração, podiam transmitir aos seres circunvizinhos a chama mística e superior que eles tinham recebido. Seu poder sobre as massas ignorantes foi grande. A um dado momento, por intuição, um certo número de druidas recebeu a missão de ir mais adiante nas terras. Munidos de poderes ocultos, eles impressionavam os bárbaros e transmitiam seu magnetismo por seu encantamento sob a forma de culto e, por isso, o lençol fluídico se estendia mais ainda sobre a Gália.
A passagem dos druidas no centro da França e na Lorraine é incontestável. Pode-se dizer que o Celtismo é o fogo irradiante de onde surgiu a raça nacional gaulesa. Sob a influência dos ritos célticos o homem se impregnou de misticismo, seu corpo se refinou e pôde receber certas vibrações do espaço. Essas vibrações não puderam se desenvolver gradualmente, porque as gerações não possuíam todas as qualidades de absorção necessárias à assimilação dos fluidos.
As vibrações primárias célticas ficaram impressas nas almas. Adormecidas durante a vida de alguns, elas se revelaram entre os descendentes conforme as suas aptidões.
Por isso vós pudestes constatar, na vossa história, impulsos e recuos que se traduziram pela ascensão para o ideal ou a queda para a matéria.
Seres vindos do mesmo grau de evolução e tendo armazenado o mesmo número de vibrações célticas, não as exteriorizaram no mesmo momento, nos mesmos lugares. Um bretão, tendo recebido a centelha céltica diretamente dos druidas, no país natal, a transmitirá aos seus filhos, que a conservarão em estado de ignição até o momento em que ela se reacenderá sob a forma de uma chama insuspeita.
Este momento se aproxima. Logo ireis comprovar um movimento de espiritualidade constante e durável. Deus tem projetos sobre a Terra. Pressentimos grandes coisas, porque a parte espiritual deve fazer evoluir a humanidade.
Allan Kardec