Livro: O Gênio Céltico e o Mundo Invisível
Autor: Léon Denis
(Tours, 20 de agosto de 1926)
Desde a nossa última palestra foi preciso pesquisar o método mais fácil para infundir no cérebro do médium e nos seres humanos a solução dos problemas que vós me perguntais. Entrei em contato com os espíritos das esferas superiores, que me falaram da transmigração dos seres desde a sua origem.
No espaço, nós nos estabilizamos numa esfera de densidade média e de lá chamamos os seres superiores. Eles não vêm sempre porque seu raio não pode ser mantido por nós, mas seu pensamento nos atinge como as ondas da Terra atingem o ressonador telefônico.
Quando o apelo foi ouvido e os dois seres desencarnados ficam em sintonia, os pensamentos se trocam sob a forma de cores transmitidas por vibrações. Mas quando se perguntam as soluções dos problemas, de um grau de elevação superior à compreensão humana, nós, os desencarnados, nos assemelhamos aos encarnados correspondentes ao último plano de sua evolução terrestre.
Tomai, sobre a Terra, dois indivíduos de inteligência e compreensão diferentes, e abordai uma questão desconhecida para eles. Ela será compreendida imediatamente por um e não pelo outro, e um esforço de adaptação será necessário. Ocorre o mesmo no espaço. Já vos expliquei, portanto, o problema da vida psíquica, sob o ponto de vista das reencarnações, a correlação entre a vida humana planetária e a vida dos encarnados.
Mas o que pedis é a maior precisão possível sobre a molécula primitiva, isto é, o ponto inicial da vida. Agora é preciso que vos traga o raio superior que ensina o mistério. Quando esse raio chegar até vós, terei a possibilidade de vos informar.
Os mistérios da criação não podem ser revelados a toda criatura humana. Para isso os seres devem se colocar em disposições especiais a fim de que as suas vibrações se harmonizem com as vibrações superiores.
É preciso reunir-vos numa sala fechada, com as janelas fechadas. Tomar as instruções ao clarão de uma lâmpada abrigada por um quebra-luz. Antes da reunião vós banhareis a testa do médium com um pano embebido de um pouco de água fresca. Ao me ligar ao médium, eu magnetizarei a camada de água e isto servirá de fluido amortecedor.
Eu receberei então do Espaço as vibrações que me farão compreender os problemas. Eu vos prometo uma ajuda séria do espaço e vós tereis a documentação que desejais; mas deveis reunir os meios para isso. Já que haveis consagrado vossa vida à difusão de uma crença, assim como eu o fiz, vós ficastes meu colaborador na Terra. Eu vos concedo toda minha personalidade fluídica para obter a chave de um problema misterioso. Mas, para isso, é preciso que os raios das grandes esferas venham vos tocar diretamente.
A humanidade não deve transgredir, sob o ponto de vista evolutivo, as regras colocadas como base da vida universal. Para compreender a menor parte desta vida universal é preciso desenvolver a sua vontade, seu desejo de se elevar para o ideal, penetrar-se de um banho fluídico puro e regenerador.
Existem grandes espíritos que são incapazes de entender de onde e como vieram e para onde vão. Mesmo que o tenham compreendido no espaço, eles o esquecem ao se incorporarem no médium, e com mais forte razão ao se encontrarem na Terra para uma nova vida.
Quando penso e reflito, no espaço, as vibrações psíquicas de todo meu ser podem realizar a plenitude de minhas faculdades, mas, desde que me ligo ao médium, estas vibrações diminuem e meu poder perde muito de sua amplitude. Há mundos fluídicos onde a compreensão é mais nítida do que entre vós. À medida que a matéria perde seu poder, o estado psíquico torna-se mais sutil e se impregna mais facilmente de radiações da vida universal.
No seu período de formação, vossa Terra foi impregnada de grandes correntes, das quais já vos falei, cujas vibrações diretas os celtas e os druidas perceberam porque vosso planeta estava ainda vibrante por obra de uma ação superior que foi se atenuando no curso do tempo.
Allan Kardec